O presidente da OAB-RS, advogado Claudio Lamachia e o conselheiro Marco Antonio Birnfeld (presidente da Comissão de o à Justiça, da Ordem gaúcha) foram dois dos convidados pelo TJRS - como "formadores de opinião" - para participar do café de manhã em que, ontem (16), no contexto de divergências sobre o orçamento do Estado do RS para 2008, o desembargador Marco Antonio Barbosa Leal explicou suas críticas ao Executivo.O comparecimento dos dois representantes da Ordem foi uma nova demonstração de como a entidade dialoga e se relaciona com o Judiciário, dentro do conceito de que Advocacia, Magistratura e Ministério Público constituem o tripé indispensável para a distribuição de justiça.O desembargador Barbosa Leal divulgou os gastos do Executivo de 2000 até o último dia 30. Ele disse que o Governo do Estado maquiou os seus gastos, informando apenas os custos da istração direta, com a intenção de colocar a opinião pública contra a Justiça. "A intenção foi a de desmoralizar e desestabilizar o Poder Judiciário - e isso eu não vou permitir", afirmou. A troca de farpas foi mais um capítulo da briga entre os poderes. O desentendimento começou no mês ado, quando - segundo o TJRS - o Executivo destinou no Orçamento de 2008 fatia menor de recursos ao Judiciário, quebrando o acordo apalavrado - "e arrematado com um aperto de mãos", segundo Barbosa Leal. Ele sustenta - e documenta com anotações - que o acordo feito com Yeda estabelecia a dotação de R$ 1 bilhão e 360 milhões para o Judiciário. A governadora nega que tenha se comprometido com tal valor.A questão foi parar no STF, que liminarmente deu decisão favorável ao TJ gaúcho. Com isso, Yeda teve que incluir na peça orçamentária 78 milhões de reais a mais para o Poder Judiciário.Leal evocou, ontem, a "palavra de gaúcho" ao falar sobre o valor o que foi acertado com o Executivo. Afirmou que "é assim que se tratam as coisas aqui, valendo a palavra, sem necessidade de s ou documentos formais". A farpa tinha destinatária certa: a governadora é nascida em São Paulo.Yeda, à tarde, reagiu, e disse que "não é preciso nascer em Tapes (cidade onde Barbosa Leal nasceu) para ter palavra de gaúcho". A governadora, nascida em São Paulo, disse tratar-se, sim, da "palavra de uma gaúcha contra a de um gaúcho".E - sem mais detalhes - arrematou dizendo que "ama a Justiça".Lauro Rocha-OAB/RSPapel com as anotações feitas no gabinete da governadora seria- segundo Barbosa Leal - a "palavra de honra" de queo acordo com Yeda fora acertado. 6q3ix
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759